Dieta enteral: diferenças entre a industrializada e a caseira
a dieta industrializada é mais prática, segura contra contaminações e com o aporte nutricional adequado
A dieta enteral exige uma certa dose de adaptação. A pessoa deverá se alimentar sempre nos mesmos horários, usando equipamentos como a sonda, inserida cirurgicamente no abdome ou manualmente pelas narinas a cada refeição.
A dieta industrializada pode ser encontrada em pó ou líquida, pronta para uso. No primeiro caso, é preciso diluir com água antes de administrar ao paciente. Já a dieta caseira é preparada a base de alimentos in natura, como leite, ovos, carnes e hortaliças.
A indicação da dieta mais adequada depende de diversos fatores que serão avaliados pelo médico/nutricionista em conjunto com o paciente, levando em consideração características como necessidades nutricionais, estilo de vida e rotina. A partir disso, determina-se o perfil da alimentação, como normal, hiperproteica, hiperlipídica ou com algumas restrições, como de sódio ou gorduras.
De forma geral, a composição da dieta enteral deve ser adequada para as necessidade do paciente, incluindo sempre:
Macronutrientes: carboidrato, proteína e lipídeos;
Micronutrientes: vitaminas e minerais.
dieta industrializada
A dieta industrializada pode ser encontrada em pó ou líquida, pronta para uso. No primeiro caso, é preciso diluir com água antes de administrar ao paciente. Entre as principais vantagens está a praticidade e o fato de o paciente poder receber os nutrientes necessários em quantidades adequadas, de acordo com a indicação do médico e/ou nutricionista.
Os pacientes sob dieta enteral costumam ter necessidades nutricionais específicas, exigindo uma oferta qualificada de determinados nutrientes. Algumas restrições alimentares também podem ser uma realidade, dificultando o processo quando a alimentação é preparada em casa.
A dieta industrializada também pode ser mais segura em termos de higiene, fator que deve ser levado a sério na hora do preparo da caseira. De toda forma, é preciso seguir à risca as recomendações do fabricante e do profissional de saúde na hora de prepará-la e administrá-la.
dieta caseira
A dieta caseira é feita com alimentos convencionais (hortaliças, carnes, frutas), batidos no liquidificador e peneirados na tentativa de deixar a dieta mais líquida e sem grumos. Como não é possível garantir a composição dos ingredientes utilizados nesta dieta caseira, também não será possível garantir a presença dos nutrientes necessários ao paciente (vitaminas, minerais, proteínas, etc.).
Além disso, a dieta caseira pode ficar muito viscosa, entupindo a sonda do paciente. Pode, ainda, aumentar o risco de contaminação, levando a maior risco de infecção e piora do quadro clínico.
Costuma-se dizer que a dieta caseira custa mais barato do que a industrializada, já que você irá comprar os nutrientes e fazer o preparo em casa. Porém, é preciso seguir as quantidades e qualidades recomendadas pelo profissional de saúde, o que nem sempre sai tão barato assim. Além disso, é mais trabalhosa na hora de preparar. Portanto, é preciso colocar o custo benefício na balança para entender se compensa.
DIETA industrializada: como a escolha é feita?
Variabilidade da composição nutricional;
Risco de contaminação por microrganismos;
Osmolaridade (quando está muito concentrada em moléculas – compostos da dieta – pode causar diarreia);
Viscosidade (relacionado com a textura, pois a dieta precisa ser pouco viscosa para passar pela sonda);
Custo benefício.
Referências
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