Até quando o idoso pode morar sozinho?
Independência e autonomia são fundamentais para o idoso, mas é preciso ficar alerta para sinais de risco quando mora sozinho
Todo mundo gosta de ter o seu próprio lar, um cantinho no qual estamos à vontade para fazer o que bem entendemos. Para o idoso não é diferente: morar sozinho é sinal de independência, autonomia e controle sobre a própria vida.
Porém, em algumas situações, pode ser perigoso viver sozinho no envelhecimento, tanto em termos físicos, quanto mentais e emocionais. Como, então, identificar os sinais preocupantes? E se uma mudança for necessária, como manejar a situação para o melhor bem-estar do idoso?
O idoso pode morar sozinho?
Sempre que possível, o idoso deve morar sozinho se assim desejar. O Estatuto do Idoso diz que pessoas acima de 60 anos têm direito a ter uma moradia digna, acompanhados ou não dos familiares, ou em instituições públicas ou privadas.
Segundo artigo publicado por pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, quase 90% dos idosos preferem viver sozinhos para manter sua independência. Muitos têm medo de se tornar muito dependentes dos demais caso percam o seu próprio lar, ainda que muitas vezes se sintam solitários.
Quando o idoso tem condições de viver sozinho, é importante encorajá-lo a praticar atividades físicas regularmente e a interagir com os demais, tanto pessoalmente quanto online quando necessário. Ensiná-los a utilizar aplicativos de celular e a fazer chamadas de vídeo, por exemplo, pode ser importante tanto para manter os vínculos, quanto para que peça socorro caso ocorra algum acidente.
Sinais de que o idoso não pode morar sozinho
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia destaca alguns sinais de alerta para quando o idoso não está mais em condições de viver sozinho. O primeiro deles é a recorrência de acidentes, como tombos ou queimaduras. Note, também, qual foi a reação dele, ou seja, se foi capaz de procurar ajuda e também como foi a sua recuperação.
O mesmo vale para aqueles que ficam doentes com frequência. Quando não conseguem manter um tratamento e alimentação adequados em casa, é preciso ficar esperto. Note se perdeu peso ou se a doença evoluiu. Condições crônicas que vêm evoluindo, como demência ou insuficiência cardíaca, também podem apontar para a necessidade de uma companhia.
Também preste atenção a como a pessoa gerencia a própria vida. Vestir-se, fazer compras, cozinhar, lavar as roupas, gerenciar medicações, abrir correspondências, pagar as contas e manter a casa limpa são sinais de independência, enquanto o contrário indica problemas. Comida estragada com frequência na geladeira, contas em atraso e sujeira alertam para a necessidade de ajuda.
Perceba, também, os sinais físicos, como estar muito magro, ganhar muito peso de repente ou ter aparência frágil. Por fim, os sinais mentais, emocionais e sociais são fundamentais. Perceba se está solitário, carente, desmotivado, e sem tem contato constante com pessoas do seu meio social.
Quais os riscos de o idoso morar sozinho?
Quando o idoso não está bem para morar sozinho, os riscos de sofrer acidentes e de não se recuperar adequadamente são maiores. Também pode ter dificuldades de autocuidado no geral, como alimentação, higiene e uso adequado de medicamentos.
Mas os riscos vão além dos físicos. Quando solitário ou isolado do seu meio social, a pessoa mais velha pode ficar deprimida ou até apresentar uma piora em suas funções cognitivas, como memória e humor.
É importante que o idoso receba atenção dos familiares, amigos e da sua equipe de saúde para identificar possíveis riscos e garantir uma vida plena e independente, dentro de suas possibilidades. O importante é viver muito e viver bem!
Referências:
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Sinais de que o idoso talvez não possa mais morar sozinho. Disponível em:
https://www.sbgg-sp.com.br/sera-que-o-idoso-ainda-e-capaz-de-morar-sozinho/
Kaplan DB, Berkman BJ et al. Older Adults Living Alone. Disponível em:
National Health Service. Loneliness in older people. Disponível em: