Desidratação é mais frequente em idosos: entenda os riscos
desidratação pode prejudicar a cognição e o funcionamento dos rins e intestinos; à medida que o corpo envelhece, a absorção de água já não é tão eficaz
A desidratação costuma ser um risco ao qual damos pouca atenção ao longo da vida. Mas, ao longo do envelhecimento, é preciso ficar mais atento. Diversos fatores contribuem para a condição, que pode ser potencialmente grave entre idosos.
A água é vital para o organismo. Ela é responsável pelo equilíbrio térmico do corpo, ou seja, pela manutenção da temperatura corporal, além de participar do transporte de nutrientes para as células pelo sangue. Também promove a limpeza e a desintoxicação do organismo.
Segundo o Ministério da Saúde, idosos são mais vulneráveis e desidratam com mais facilidade. Primeiro, à medida que o corpo envelhece, a absorção de água já não é tão eficaz. Além disso, o uso de certos medicamentos diuréticos podem induzir o idoso a urinar com frequência. A desidratação também pode ser provocada por condições de saúde, como a diarreia.
A redução da função renal, como consequência do envelhecimento, é outro fator de risco, já que os rins desempenham um papel vital na regulação de fluidos. Soma-se a isso as condições psicológicas que podem se manifestar nos mais velhos, como a doença de Alzheimer, que reduz a percepção da sensação de sede.
como identificar a desidratação em idosos
A desidratação ocorre quando há baixa concentração de água e sais minerais no corpo. A maioria dos sintomas são os mesmo para idosos e jovens. Segundo a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, os principais são:
Dor de cabeça
Tontura
Fraqueza
Sonolência
Boca seca
Diminuição da quantidade de urina
Batimentos cardíacos acelerados
Câimbras
Menos elasticidade da pele
Em casos graves, pode provocar sede intensa, ausência de urina, respiração rápida, alteração do nível de consciência, convulsões, pele fria e úmida, baixa pressão arterial e, em casos extremos, morte.
riscos da desidratação em idosos
Além dos idosos estarem em maior risco de desidratação, quando a condição se manifesta, pode ser mais perigosa do que para pessoas mais jovens. Entre os mais velhos, está associada a aumento da hospitalização e mortalidade.
De acordo com a Fundação Britânica de Nutrição, mesmo uma desidratação leve pode afetar negativamente o desempenho mental e aumenta a sensação de cansaço. Memória, atenção e concentração, por exemplo, podem ser prejudicados.
O idoso desidratado também está mais sujeito a sofrer quedas devido a sintomas como tontura. A condição também aumenta os riscos de desenvolver problemas de pele, problemas nos rins (já que a água ajuda a manter o trato urinário e os rins saudáveis) e constipação.
como evitar a DESIDRATAÇÃO EM IDOSOS
O primeiro passo para evitar a desidratação é incentivar a ingestão de líquidos ao longo do dia, mesmo quando o idoso não estiver com sede. Para isso, prefira copos pequenos e com pequenas quantidades de água, várias vezes ao dia. Também pode ser interessante usar copos fáceis de segurar e que não quebrem facilmente.
Além de incentivar a ingestão de água ou outras bebidas saudáveis que o idoso goste, como sucos naturais e chás, é importante oferecer líquidos por meio da alimentação. Frutas aquosas, como melancia, melão e laranja, sopas e gelatinas são boas opções.
Ao notar os sinais de desidratação, é importante consultar o médico o quanto antes. Dependendo da gravidade da situação, o profissional de saúde poderá recomendar a reposição de líquidos até por via intravenosa, se necessário. Finalmente, exames podem ser solicitados para identificar as causas e prevenir que o problema continue ocorrendo.
Referências:
Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. Desidratação é um dos principais problemas para os idosos durante todo o ano.
Ministério da Saúde. A desidratação pode ser um problema grave para os idosos.
British Nutrition Foundation. Dehydration in the elderly
Cleveland Clinic. Drink up: Dehydration in an often overlooked health risk for seniors.