Grávida pode beber cerveja?
Álcool no organismo do bebê pode causar prematuridade e até o abortamento, além de complicações do campo físico, mental e comportamental dos bebês.
Um estudo realizado no Estado de São Paulo, em 2009, mostrou que 33% das gestantes declararam terem consumido álcool em determinado momento da gravidez, 21% ainda responderam que tomaram bebidas alcoólicas durante os três trimestres. Um estudo realizado no Estado de São Paulo, em 2009, mostrou que 33% das gestantes declararam terem consumido álcool em determinado momento da gravidez, 21% ainda responderam que tomaram bebidas alcoólicas durante os três trimestres.
Os efeitos do álcool no organismo do bebê são extremamente graves e severos. E como estudos sobre o assunto não foram capazes de identificar qual é a "quantidade “segura” que uma gestante pode ingerir de álcool, o recomendado é que as grávidas não consumam nada alcoólico.
O conjunto de complicações acarretadas pelo consumo de álcool durante a gestação nos bebês tem um nome: síndrome alcóolica fetal, conhecida também pela sigla SAF. As desordens compreendem o campo físico, mental e comportamental. Estudiosos também apontaram que filhos de mulheres que ingeriram álcool durante a gestação têm mais propensão a se tornarem dependentes dessas substâncias, além de aumentar as chances de apresentarem dificuldades na escola e no trabalho. Em casos mais graves, ingerir álcool durante os meses de gravidez pode levar a abortos e prematuridade.
Tomar bebidas alcoólicas durante a gravidez também reduz em 20% do consumo de leite materno pelo bebê. Além disso, 2% do álcool também pode ser transmitido para o bebê através do leite materno.
Fatores de risco para o consumo de álcool durante a gestação
Alguns fatores podem estar relacionados ao vício em álcool durante a gravidez, entre eles: gravidez precoce e sem planejamento; menor grau de escolaridade; baixa renda mensal; abandono do pai da criança; convivência com pessoas que ingerem álcool com frequência; vícios em cigarro ou em outras drogas; começo tardio do pré-natal ou menor frequência das consultas de rotina.
Na contramão dos fatores de risco, especialistas também elencaram alguns comportamentos que podem ser protetivos para o vício em álcool durante a gravidez, como o número menor de filhos; alto grau de escolaridade; afinidade com religiões; companheiro presente e não usuário de álcool e alimentação e nutrição adequada durante a gravidez.
Quais são os principais problemas desenvolvidos por bebês com síndrome alcoólica fetal?
Os bebês que desenvolvem a condição possuem complicações tais como:
- Anomalias faciais: bebês filhos de mães que ingeriram álcool durante a gravidez, tendem a apresentar, pelo menos, duas delas:
- Fissura palpebral pequena (abertura reduzida dos olhos);
- Ptose palpebral (queda incomum da pálpebra superior);
- Hemiface achatada (quando os lados da cabeça apresentam um achatamento incomum, principalmente os que são concentrados na porção superior);
- Nariz antevertido (mais achatado, redondinho ou curto);
- Lábio superior fino (e geralmente retinho, bem menos espesso do que o debaixo);
- Complicações relacionadas ao crescimento: Geralmente estão associadas à prematuridade, sendo a principal delas o baixo peso ao nascer e restrições do crescimento e desenvolvimento dos ossos e dos músculos como um todo, apesar da nutrição adequada.
- Problemas do sistema nervoso:
- Microcefalia: Diminuição anormal da cabeça, associada a deficiências mentais;
- Agnesia do corpo caloso: Malformação de uma região do cérebro que se desenvolve entre a 12ª a 20ª semana de gestação, responsável por fazer os ligamentos entre os dois hemisférios do cérebro. Sua ausência pode provocar epilepsia e atrasos no desenvolvimento psicomotor.
- Hipoplasia cerebelar: Defeito cerebral que provoca alterações no sistema nervoso central e pode ocasionar a ausência da coordenação motora, dificuldades de manter a postura, contrações musculares involuntárias, convulsões, movimentos involuntários dos olho, distúrbios de equilíbrio e a hidrocefaliaPerda de audição;
- Anomalias relacionadas ao aprendizado: Dificuldade ou incapacidade de leitura durante o processo de alfabetização;Redução no desempenho escolar;
- Dificuldades relacionadas ao controle dos impulsos;
- Dificuldades no desenvolvimento da linguagem e da memória;
- Deficiências congênitas dos órgãos:
- Defeitos cardíacos: Alterações nos septos que agem com o intuito de não deixar que os sangues venoso e arterial se misturem;
- Defeitos nos esqueletos e nos membros: escoliose, tórax escavado, contrações das articulações maiores, dedos pequenos etc;
- Defeitos nos rins: diminuição significativa das células renais e displasia renal, condição que pode levar à insuficiência dos rins, além da duplicação do canal da uretra;
- Deficiências oftalmológicas: estrabismo e desenvolvimento incorreto do nervo óptico;
- Alterações das orelhas: Deficiências variam de orelhas de abano até a sua completa ausência;
- Lábio leporino ou de palato;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Revista do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein - “Revisão - Efeitos do álcool no recém-nascido”, 2010.
Jornal de Pediatria - “A exposição pré–natal ao álcool como fator de risco para comportamentos disfuncionais: o papel do pediatra”, 2008.
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